John Textor com problemas financeiros? O que dono do Botafogo falou sobre situação do Lyon e possível compra do Everton

09-11-2024
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Divulgação Botafogo

John Textor, dono do Grupo Eagle, proprietário da SAF do Lyon, conceceu entrevista coletiva na quarta-feira (11/09) para falar sobre a situação financeira do clube francês.

Textor e o clube fizeram promessa ao DNCG, órgão que regulamenta o futebol na França, que arrecadaria 100 milhões de euros em vendas de jogadores, mas arrecadou apenas 40 milhões de euros. Textor, porém, afirmou que o descumprimento da promessa não poderá acarretar em sanções esportivas.

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- Na França não funciona assim (punição por descumprimento de promessa). Apresentamos um orçamento para a temporada e cabe a eles decidir se funciona ou não. A ideia era vender por 130 milhões de euros (R$ 807 milhões) e queríamos vender porque tínhamos muitos jogadores. Se falharmos em parte dos objetivos, não importa se recuperarmos em outro lugar. A venda do Crystal Palace reduzirá a dívida e fornecerá o capital de giro necessário - disse.

Na última temporada, o Lyon já foi punido por não cumprir com as garantias financeiras da instituição. O clube não pode aumentar a folha salarial e não pode receber o dinheiro da venda de atletas.

Textor alega que a sanção aplicada ao Lyon será o pagamento de uma multa de US$ 60 milhões, da qual já teria quitado um terço.

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Problemas financeiros do Lyon impactam na compra do Everton?

Em vias de vender o Crystal Palace e comprar o Everton, da Inglaterra, Textor afirmou que a negociação será feita com seu dinheiro pessoal e que a questão envolvendo a parte financeira do Lyon não impactará a compra.

- A aquisição do Everton viria com financiamento próprio. Eu seria o comprador, não o Eagle Football. Legalmente, seria separado do Lyon e do Eagle Football -, afirmou.

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O Grupo Eagle é dono de quatro SAFs atualmente: Botafogo, do Brasil, Lyon, da França, Crystal Palace, da Inglaterra, e RWD Molenbeeck, da Bélgica.

Os problemas financeiros do Lyon podem impactar o Botafogo?

Ainda não é claro se a situação envolvendo o Lyon poderá afetar negativamente o Botafogo. Há no Brasil, atualmente, a discussão para ser instaurado o fair play financeiro, em situação levantada por Landim, presidente do Flamengo, após goleada do Glorioso por 4 a 1 diante do Rubro-Negro.

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– Acho que só neste ano eles já investiram 75 milhões de euros (R$ 450 milhões). Isso para um clube que teve um faturamento de R$ 322 milhões no ano passado. Sejam bem-vindos aos tempos de SAF sem fair play financeiro – escreveu Landim na ocasião.

O Botafogo virou SAF em 2022 e apresentou balanços "no vermelho" desde então. Os números de 2022 mostraram prejuízo de R$ 248,2 milhões. Já o balanço de 2023 foi fechado com déficit de R$ 101 milhões.

Qual é a defesa do Botafogo sobre sua saúde financeira?

Em 2024, o Botafogo realizou as duas maiores contratações da história do futebol brasileiro. Na janela do meio do ano, o clube contratou Thiago Almada por R$ 137,4 milhões. Já no início da temporada, o atacante Luiz Henrique foi adquirido por R$ 106,6 milhões.

O Campeonato Brasileiro ainda não tem uma regulamentação sobre fair play financeiro, apesar de autorização dada pela Lei Geral do Esporte, criada no ano passado.

Dono da SAF do Botafogo, o americano John Textor rebateu a fala de Landim sobre as condições do Alvinegro.

– Ele (Landim) é um cara adorável, mas está errado… Nossos salários agora representam 45% das receitas… Tenho certeza que ele ficaria surpreso com nossas receitas, mas ultrapassamos US$ 100 milhões (R$ 540 milhões) no ano passado. Muito mais alto do que a maioria das pessoas no Brasil pensaria. E publicamos esses números em nosso site. O Fair Play Financeiro sugere que o salário deve ser inferior a 75% das receitas... Portanto, estaríamos em total conformidade com as regras europeias – disse Textor em entrevista ao jornal "O Globo".